quinta-feira, 14 de julho de 2011

TRAGÉDIA DUPLA

No inicio deste ano ocorria na região serrana do Rio de Janeiro o maior desastre de ordem natural do Brasil até então. A chuva provocou deslizamento de terra ocasionando desmoronamento de encostas que culminou na destruição de ruas, casas, bairros inteiros e tambem vitimou familias inteiras. 
Visando amenizar a dor dos moradores sobreviventes o governo federal enviou, liberou alguns milhões aquela região do Rio. 
Começa ai a segunda tragédia.
O dinheiro foi mas até agora pouco foi feito. A policia "confiscou" documentos e computadores da prefeitura de Nova Friburgo, uma das cidades atingidas e destruídas para rastrear a trajetória do dinheiro. 
Assim, temos duas tragédias, a primeira de característica natural, geográfica, a segunda de característica humana, sorrateira, corrupta. 
Fica aqui o meu lamento pelas duas. Cidadãos cariocas, reajam!!!


Denis

terça-feira, 12 de julho de 2011

O TEXTO PRECONCEITUOSO DE GILBERTO DIMENSTEIN CONTRA OS EVANGÉLICOS


25/06/2011
 às 5:17

O TEXTO PRECONCEITUOSO DE GILBERTO DIMENSTEIN CONTRA OS EVANGÉLICOS

Gilberto Dimenstein, para manter a tradição — a seu modo, é um conservador, com sua mania de jamais surpreender — , resolveu dar mais uma contribuição notável ao equívoco ao escrever hoje na Folha Online sobre a Marcha para Jesus e sobre a parada gay. Segue seu texto em vermelho. Comento em azul.
São Paulo é mais gay ou evangélica?
Sem qualquer investimento voluntário na polissemia, é um texto tolo de cabo a rabo; do título à última linha. São Paulo nem é “mais gay” nem é “mais evangélica”. Fizesse tal consideração sentido, a cidade é “mais heterossexual” e “mais católica”, porque são essas as maiorias, embora não-militantes. Ora, se a diversidade é um dos aspectos positivos da cidade, como sustenta o articulista, é irrelevante saber se a cidade é “mais isso” ou “mais aquilo”, até porque não se trata de categorias excludentes. Se número servisse para determinar o “ser” da cidade — e Dimenstein recorre ao verbo “ser” —, IBGE e Datafolha mostram que os cristãos, no Brasil, ultrapassam os 90%.
Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São Paulo, gosto da idéia de termos, tão próximas, as paradas gay e evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no espaço, elas têm diferenças brutais.Nessas poucas linhas, o articulista quer afastar a suspeita de que seja preconceituoso. Está, vamos dizer assim, preparando o bote. Vamos ver.
Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma sociedade com menos direitos e menos diversidade.Está tudo errado! Pra começo de conversa, que história é essa de que “é um direito” dos evangélicos “não respeitar” os direitos dos gays? Isso é uma boçalidade! Nenhum evangélico reivindica o “direito” de “desrespeitar direitos” alheios. A frase é marota porque embute uma acusação, como se evangélicos reivindicassem o “direito” de desrespeitar os outros.
Agora vamos ver quem quer tirar o direito de quem. O tal PLC 122, por exemplo, pretende retirar dos evangélicos — ou, mais amplamente, dos cristãos — o direito de expressar o que  suas respectivas denominações religiosas pensam sobre a prática homossexual. Vale dizer: são os militantes gays (e não todos os gays), no que concerne aos cristãos, que “reivindicam uma sociedade com menos direitos e menos diversidade”. Quer dizer que a era da afirmação das identidades proibiria cristãos, ou evangélicos propriamente, de expressar a sua? Mas Dimenstein ainda não nos ofereceu o seu pior. Vem agora.
Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.Milhões de evangélicos se reuniram ontem nas ruas e praças, e não se viu um só incidente. A manifestação me pareceu bastante alegre, porém decorosa. Para Dimenstein, no entanto, a “alegria”, nessa falsa polarização que ele criou entre gays e evangélicos, é monopólio dos primeiros. Os segundos seriam os monopolistas do “ranço um tanto raivoso”. Ele pretende evidenciar o que diz por meio da locução conjuntiva causal “já que”, tropeçando no estilo e no fato.  A marcha evangélica, diz, “faz ataques a diversos segmentos da sociedade” — neste ano, “o STF”. O democrata Gilberto Dimenstein acredita que protestar contra uma decisão da Justiça é prova de ranço e intolerância, entenderam? Os verdadeiros democratas sempre se contentam com a ordem legal como ela é. Sendo assim, por que os gays estariam, então, empenhados em mudá-la? No fim das contas, para o articulista, os gays são naturalmente progressistas, e tudo o que fizerem, pois, resulta em avanço; e os evangélicos são naturalmente reacionários, e tudo o que fizerem, pois, resulta em atraso. Que nome isso tem? PRECONCEITO!
Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários.Bem, chego a duvidar que Gilberto Dimenstein estivesse sóbrio quando escreveu essa coluna. Não há?
Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança.Em qualquer país do mundo democrático, questões religiosas e morais se misturam ao debate eleitoral, e isso é parte do processo. Políticos também desfilam nas paradas gays, como todo mundo sabe.
Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertar com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.Todos sabem que o PT é o grande incentivador dos movimentos gays. Como é notório, trata-se de um partido acima de qualquer suspeita, jamais envolvido em falcatruas, que pauta a sua atuação pelo mais rigoroso respeito às leis, aos bons costumes e à verdade.
Nada contra –muito pelo contrário– o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.Gilberto Dimenstein precisa estudar o emprego do infinitivo flexionado. A inculta e bela virou uma sepultura destroçada no trecho acima. Mas é pior o que ele diz do que a forma como diz. Que história é essa de “nada contra”? Sim, ele escreve um texto contra o direito de manifestação dos evangélicos. O fato de ele negar que o faça não muda a natureza do seu texto. Ora, vejam como os militantes gays são bonzinhos — querem que todos sejam alegres —, e os evangélicos são maus: pretendem tolher a livre manifestação do outro. SÓ QUE HÁ UMA DIFERENÇA QUE A ESTUPIDEZ DO TEXTO DE DIMENSTEIN NÃO CONSIDERA: SÃO OS MILITANTES GAYS QUE QUEREM MANDAR OS EVANGÉLICOS PARA A CADEIA, NÃO O CONTRÁRIO. São os movimentos gays que querem rasgar o Artigo 5º da Constituição, não os evangélicos.
Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.Hein??? A conclusão, obviamente, não faz o menor sentido nem decorre da argumentação. Aquele “portanto” dá a entender que o autor demonstrou uma tese. Bem, por que a conclusão de um texto sem sentido faria sentido? Termina tão burro e falacioso como começou.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O Papel da educação no caminho para a cidadãnia.

O campo da educação, como os demais campos do saber, laboratórios e outros meandros do conhecimento e da ciência requerem ousadia para irmos alem do que já esta posto, sendo aplicado. Espera-se do profissional desta área a habilidade na manipulação do conhecimento, dos postulados, visando sempre o desenvolvimento de seus alunos, dando-lhes consciência de caminhar com as próprias pernas, transformando-os em sujeitos capazes de transformar a realidade social em que estão inseridos.
Para esta jornada encontraremos pedras no caminho. As dificuldades surgirão sempre que tivermos que intervir no que já esta posto. Uma mudança no caminho gera desconfiança na rota a seguir e medo de onde se pode chegar ou não. O professor certamente encontrará dificuldades ao romper por exemplo com os métodos formais, pois necessitara de aprovação e colaboração de sua escola ou instituição. “os métodos formais envolvem em geral um nível relativamente  alto de aulas expositivas e de trabalhos iniciados pelo professor, ao passo que os métodos informais dão mais espaço para a iniciativa das crianças e apresentam oportunidades maiores para o exercício da criatividade e responsabilidade” (FONTANA).            O professor que tem como alvo fazer do aluno um individuo critico e autônomo, deverá atentar sempre, ou devo dizer trazer na manga uma alternativa aos métodos formais para que se viabilize a aplicação do método informal. “Isso implicaria, por exemplo, fornecer as crianças os equipamentos  e materiais necessários e apresentar-lhes certos problemas, cuja solução os levaria para o tipo de aprendizado detalhadamente especificado de antemão”. (FONTANA). Talvez a maior dificuldade do professor esteja contida exatamente naquilo que se espera dele como virtude, que é a flexibilidade no tratamento com os métodos.
Essa flexibilidade ira fomentar, permitir que o aluno se torne um ser curioso, um investigador de novos conhecimentos e conceitos, e isso o levará a galgar novos degraus, conseqüentemente a academia etc. O componente da curiosidade é o combustível que o fará se mover no universo dos saberes. Espera-se que o professor contribua para a inquietude, para, repito, a instigação da curiosidade, e esta deve ser continua, mas espera-se também que o aluno se apresente como um ser curioso, que se apresente disposto para tanto. Em outras palavras, “saber perguntar é preciso, copiar não é preciso”.
Ao pensarmos no desenvolvimento e estimulo da inteligência do aluno é importante que o professor atue como orientador, um facilitador dos discentes se adaptando ao grau de desenvolvimento deles. Para tanto, será importante após o professor “sentir a classe” a tomada de ações como a “variação dos estímulos”, “mudança de canais de comunicação”, “mostrar entusiasmo”,   “uso de marcadores de importância” , “o uso de exemplos”, “solicitar a colaboração da classe”, e “uso adequado da aula expositiva” entre outras medidas. Essas ações possibilitarão um maior entrosamento entre docentes e discentes.

Somando-se a isso, o professor deverá trazer consigo a idéia de que este aluno é um ser social, composto de valores adquiridos em família e que necessitara de uma interação com os seus pares. Para tal tarefa, será necessária a utilização da linguagem para que o aluno desenvolva a expressão do seu pensamento para que ele se contextualize e entenda os personagens a sua volta e a sua própria realidade. A linguagem verbal é a linguagem que funcionara como uma locomotiva, que trará consigo as demais linguagens que permearão e possibilitarão a comunicação e a interação. O professor devera ainda estar atento ao bom senso na mediação desta interação entre aluno-professor e aluno-aluno. Já se sabe que criticas inescrupulosas individualizadas direta a um aluno poderá a curto e longo prazo causar danos a sua auto-estima o implicara em prejuízos a sua autonomia.                                                                                  Não podemos esquecer-nos da interação teórica. Ou seja, o aluno devera sincronizar-se e sintonizar-se com a fala do professor caso contrario não haverá interação. Não havendo interação não haverá também construção e reconstrução do conhecimento. Como mencioni no inicio, é necessário instigar no aluno a curiosidade, já que o monopólio da fala aliada ao desentendimento do aluno desencadeara a sonolência ao invés da atitude curiosa. É necessário encontrar um equilíbrio entre a nossa fala e o atual momento do aluno sistematizando o que ele já sabe com nossos objetivos. Podemos equacionar a interação partindo do que o aluno já sabe somada a preponderância de nossa fala e ainda ações interventivas que consistem em identificar, diagnosticar e administrar conflitos e tensões em sala. Dessa forma, acredito ter desenvolvido o alicerce para o desenvolvimento das habilidades cognitivas e afetivas.

Partindo do simples para o complexo, (cfme Bloom), nos depararemos com o conhecimento, que se da pela compreensão da natureza das coisas, capacidade de armazenar e reconhecer informações. Munido de conhecimento será possível e assim se espera que o aluno possa desenvolver as habilidades da escrita, da nomeação, da definição ampliando assim seu grau cognitivo. A compreensão, seqüência natural após a abstração do conhecimento de acordo com Bloom, permitira que o aluno interprete através de explicações e resumos. A partir da compreensão o aluno ira compreender e interpretar com base no conhecimento prévio. Creio que isso lhe Dara coragem para se aplicar em resoluções de problemas. Com a experiência dessas resoluções, fruto de sua aplicação e iniciativa, ele desenvolvera o senso de analise o que o possibilitar a distinguir, classificar e comparar pressupostos, hipóteses, evidencias para uma determinada questão ou atividade. Sempre em direção a complexidade na tratativa do cnhecimento, após a analise, insere-se na capacidade de síntese, onde será capaz de se relacionar e integrar a idéias que o levara a novos níveis de abstração e apreensão do conhecimento. Ao alcançar o nível da avaliação, o mais complexo, o individuo será capaz de julgamentos, criticas e justificativas. Podemos então discernir a partir de Bloom, que a conexão desses níveis partindo do simples (conhecimento) para o complexo (avaliação) teremos o processo da cognição.

Partindo desse principio do simples para o complexo dentro de uma hierarquia, Bloom ira definir as habilidades afetivas onde a receptividade é o nível mais simples e o complexo de valores mais intrincado. Partindo da receptividade, o nível mais simples, verificamos a existência do desejo de que é possível se desenvolver em um determinado campo, buscando mais conhecimentos delimitando o foco, buscando uma resposta para o desenvolvimento do que se deseja saber ou chegar. Dessa forma o aluno ira mergulhar no universo deste saber pré definido, sempre estimulado ao contato do saber pré existente e dando também sua contribuição. Ou seja, ele esta disposto a ir ao encontro com o novo. Nesse trajeto ira se deparar com limitações próprias do exercício da produção cientifica. Isso fará com que ele entenda os valores, desenvolvendo assim uma aceitações, preferências e compromissos. Assim, haverá um desenvolvimento para a “aceitação de uma situação”, “comprometimento de uma situação” e “lealdade para uma posição, grupo ou causa”. Isso facilitara a organização dos valores, pois será possível “novas internalizações” coroborando ou não com outras já existentes, o que ocasionara uma organização hierárquica de valores. Devidamente então organizados e valorizados, chega-se então ao complexo de valores, onde será possível ao individuo se posicionar, tomando posições fixas pois já é capaz de sistematizar os valores que traz consigo,porem, agora, com uma postura coerente e ética o que nao devera impedir a uma avaliação critica dos fatos.

O percurso para a autonomia do discente é longo e cheio de complexidades, muitas vezes doloroso e injusto. Mas é na trajetória que se da o desenvolvimento. A cada na escola, a complexidade das habilidades cognitivas e afetivas se direcionam para o desenvolvimento de um individuo com capacidades avaliativas e de agregação de valores, um individuo contextualizado, hábil para uma vida cidadã plena.
Um erro em uma cirurgia poderá custar a vida do paciente, da mesma forma, um erro na formação deste individuo, implicara na morte da identidade de um país e seus cidadãos. Cabe aqui uma analogia com o cristianismo, onde o mestre ensinou doze discípulos, e estes foram responsáveis pela vivencia e transmissão dos valores e conceitos apreendidos e que percorreu séculos, sofreu transformações e chegou até o século XXI.
Sinto ser de nossa responsabilidade como mestres, difundir  e manipular de forma critica os postulados existentes e contribuir para a continuidade destes. Não me refiro aqui aos dogmas, mas sim ao comprometimento, disponibilidade e desejo de se abraçar a causa. Me refiro a causa da educação com qualidade e criticidade.  A causa deve ser levada por pessoas que amem a causa ao invés de amarem simplesmente o canudo, se amarmos a causa, fatalmente amaremos também as pessoas. Ao amarmos a causa e as pessoas, certamente faremos um trabalho eficiente, contribuindo para o nascimento de um ser conhecedor de si, do seu redor, da sua realidade e de seus direitos e deveres.
Abraços a todos!!
Denis