sábado, 16 de fevereiro de 2013



Coluna Rodriguiana: Ratzinger, Che Guevara. Não acho isso. Mas a 

surpresa é amiga da confusão.


No inicio dos anos 1970 o sonho tinha acabado com o fim dos Beatles. Cara o mundo tinha certeza de que tudo estava descambando definitivamente. Guerras, Ditaduras e Revoluções ainda rolavam mais não empolgavam mais. O clima estava era mesmo Black Sabbath. Mas para muitos tudo aquilo que estava rolando era mais do que inevitável. Era necessário para que todos tivessem um lugar ao sol. Brancos e Negros, Esquerda e Direita, Heteros e Homos. No neoliberalismo e na sociedade pós-moderna. Naquele momento ninguém era de ninguém. Tudo tendia ao extremo individualismo.
A década de 1960 simplesmente monopolizou a rebeldia. Demorou até que toda aquela sensação de que podemos mudar o mundo retornasse. Principalmente, porque a década de 1980 nos libertou aprisionando-nos. Explico: libertou-nos: apresentando para muitos a experiência da pratica democrática, antes mesmo de legalizada, por isso vivida com muito mais intensidade, e aprisionou-nos: entendendo a evolução tecnológica: na ficção e no cotidiano, como chave para um admirável mundo novo.
Onde as diferenças seriam superadas à medida que o tempo se tornaria muito mais dinâmico.  As ideologias com isso obviamente esquecidas. Tudo seria aceito, desde que as liberdades e os diretos fossem preservados. Em todos os níveis. A lei se transformou, portanto, no ponto nevrálgico da discussão. Putz, em um país de advogados então. Imagina na Copa. Quer dizer imagina a discussão. Que nada, muitos entendem que Lei não se discute. Cumpre-se.
Vivemos o império da lei. Do Estado racionalizado em todas as suas dimensões. Nos sobram, assim, poucos espaços, momentos para dizer um bom e velho foda-se sem sofrer com este Império. Porque ele nos sustenta. Só existe vida com segurança dentro dele. Divino é saber se equilibrar. Como o Ronaldinho: que pediu água no migué, recebeu em posição legal, cruzou e foi pro abraço com seu companheiro de equipe após o gol e falou para todos que o lance, genial, foi pura sorte. Somos Vigiados e tudo depõe contra nós.
É preciso ter serenidade na pós-modernidade. Quando assistimos as revoltas populares no mundo árabe. Muitos apressados. A mídia como sempre os apontou como libertadores. Mas hoje as ideologias são outras. Sim, as ideologias não morreram. Elas ainda existem, mas hoje são tendências, de caráter sinuoso. Difíceis de serem enquadradas na totalidade. Locais, hoje elas movem de ataques suicidas a um partido do crime.
De fato as ações pontuais são sempre as que mais vêem desequilibrando o mundo contemporâneo. Não por acaso podemos apontar a queda das torres gêmeas como o marco inicial deste contexto, em que socialmente, foram às revoluções tecnológicas pontuais, individuais, que roubaram a cena. O caráter furtivo da ação pontual, quando bem planejada de fato pode ter um caráter muito mais agregador de movimento do que o próprio processo do movimento para a ação. Pois as chances de sucesso na ação pontual são maiores. Envolve menos pessoas e a surpresa é sempre aliada da confusão.
É por isso que não poderia deixar de escrever sobre a renúncia de Bento XVI.  Apontá-la como uma ação pontual de rebeldia. Ratzinger revolucionário. Não acho isso. Mas é certamente uma situação que trouxe o elemento surpresa, para nós ovelhas e pra muitos pastores desta complexa engrenagem, industrial. Moldada a ferro e fogo que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Bento XVI desestabilizou e desenterrou antigos desajustes deste Estado de Leis Próprias que é a Igreja Instituição Romana. Destas cinzas um novo antigo certamente surgirá.
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do meu brother: MILTON ANDREZA.

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