sábado, 8 de setembro de 2012

dominação carismática em cheque.

Tive que escrever diante de algumas aberrações que ando lendo. Talvez deva mudar a fonte, mas enquanto isso nao pude deixar de escrever.
O Brasil, todos sabem, tem se tornado um país de milhões de evangélicos. Este segmento da população possui médicos, professores universitários, cientistas, sociólogos, políticos, pessoas da alta classe burguesa, atletas, jornalistas, pessoas simples, com ou sem escolaridade. Ocorre que não podemos, em hipótese alguma dizer, ou escrever, que todos são iguais quanto a percepção de mundo ou da realidade que cerca cada grupo de indivíduos acima citados. Os evangélicos, neste país, sempre foram vitimas de preconceito, sofreram homofobia também, e ainda sofrem devido a nao pertencerem ou nao possuírem a mesma convicção de fé, digamos da religião oficial deste país.

Tudo isso mudou, salvo a homofobia que repito, tambem sofremos, e agora esta parcela da população é significativa, configurou-se como um nicho pujante, disseminando seus signos, seus valores, sua crença e sua cultura. O evangélico, se torna evangélico, exatamente por entrar em contato com uma informação contida no livro sagrado para os cristãos, a bíblia, que nos revela (um viva aqui para Lutero e Gutemberg) de forma clara, o significado, o valor, a riqueza de um estilo de vida proposto por Jesus, O Evangelho. Ao entrar em contato com esta leitura libertadora, o cristão evangélico se convence de que o contato com a literatura sagrada lhe trouxe um novo referencial, desnudou-se aquilo que era ou estava entre nuvens. Ocorre que o cristão toma gosto pela leitura e começa a ler quase tudo, principalmente se ele frequentar uma boa escola bíblica dominical, o que certamente o "empurrará" para ler ainda mais.
O evangélico, com isso esta muito mais informado, muito mais atento e reflexivo quanto a questões espirituais, psicológicas, sociais e politicas.

Hoje, com informação pra tudo quanto é lado, o evangélico compreende, reflete, analisa, verifica, observa e só depois ira escolher o seu candidato. A dominação carismática (capacidade de um líder de mobilizar pessoas, seja pelo uso de suas qualidades pessoais, seja por suas ideias ou meios de propagandas ou apresentações públicas) tem se mostrado em cheque, exatamente pelas informações massificadas, flexibilizadas e expostas todos os dias na mídia.
O cristão tem sim em seu líder religioso, carismático ou nao consideração nas questões espirituais, éticas e morais, porem, nas questões sociais e politicas, não necessariamente.
Hoje, o evangélico só votará em um candidato evangélico se, após passar pelo crivo das analises entender que deve votar no "irmão".
Não configura, em meu entender aqui, uma atitude de rebeldia, mas uma atitude crítica, que o evangélico adquire exatamente por aquilo que o fez se tornar evangélico, a informação desnudada.

As redes sociais possuem papel importante neste processo, pois informam de forma instantânea o eleitor.
Quanto a dominação carismática, proposta pelo sociólogo alemão Max Weber, ela é ainda eficaz, no sentido de sua aplicação por parte do sujeito carismático, no entanto, não tem se mostrado eficiente quanto a resultados. Até mesmo o carismático possui seu ápice e sua curvatura negativa de seu carisma.

Assim sendo, por mais que o líder religioso possua uma trajetória carismática pomposa, ele precisara ter um candidato forte, sem mácula, para obter bom resultado nas urnas.

A ideia de que o evangélico possui cabresto, funcionou por um tempo, hoje não mais. Os redutos eleitorais, os nichos e o eleitor são hoje flexíveis para mudar de opinião.

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