sábado, 22 de setembro de 2012

Sobre o fundamentalismo religioso


O Filme "Inocencia Islâmica" é um dos retratos mais esdrúxulos daquilo que se pode chamar de fundamentalismo religioso. (entenda-se fundamentalismo religioso a compreensão literal de qualquer escritura sagrada, desconsiderando contextos e semântica). 
O filme ridiculariza o ícone do Islamismo, o profeta Maomé (Mohamed) colocando-o a conversar com um jumento; associa a figura do profeta a um personagem mulherengo e submisso as mulheres. Como se não bastasse, mostra alguns adeptos daquela religião como miseráveis, páreas etc.
O profeta que "interpreta" o profeta Maomé é judeu e segundo consta, os "patrocinadores" do filme tambem o são. Assim, cabe repudiarmos:

1. É inadmissível satirizarmos símbolos de outras religiões, tendo a presunção de achar que o Judaísmo, por exemplo, seria superior ao Islã, ou ao Cristianismo, ou vice versa.
2. Este tipo de produção, que é tambem fundamentalista, intolerante, preconceituosa, fanática e xiita alavanca os sentimentos mais hostis do outro lado, que tambem apresentam as mesmas características supra citadas, produzindo intolerâncias, matanças e aumento do sentimento de ódio.
3. Por mais que voce entenda que sua religião, seu Deus e o seu profeta e o seu livro sagrado sejam os verdadeiros, é fundamental respeitar as demais religiões/culturas, pois é este tipo de ação que fundamenta a paz. Não se apaga incêndio com gasolina.

O resultado deste filme, nos faz pensar em uma questão importante para a sociedade contemporânea: "Até onde vai a liberdade de expressão?"
Que liberdade é esta que "demoniza" e ridiculariza a crença alheia? Que tem como fruto embaixadas destruídas, pessoas feridas e mortas?

Podemos e devemos apresentar a nossa fé sim, dentro de um debate saudável, onde o dialogo incansável e respeitoso seja soberano. Certamente que o profeta do Cristianismo, Jesus, jamais toleraria este tipo de intervenção religiosa para uma possível tentativa de conversão dos "infiéis".

As ações de Jesus eram pautadas no controle, respeito e simpatia pelos contrários a sua pregação. Jesus atendeu pacifica e pacientemente a um centurião Romano, a uma mulher Samaritana, a Zaqueu, que tinha uma reputação condenável entre tantos outros. Lamentavelmente, o que vemos hoje são muitos "Barrabás" que ainda nao entenderam o proposito de sua vinda, confundindo Jesus com um Estadista.

Jesus não foi etnocentrico, nao colocou sua cultura acima das demais desprezando-as e condenando-as, ele trouxe uma novidade, boas novas, para aqueles que creem, aqueles que nao creem, terão um dia a oportunidade. ELE não nos ensinou foi colocar "guela" abaixo aquilo que muitos nao entendem ou ainda nao compreenderam.

As bases da intolerância só serão destruídas se trouxermos antes de tudo o dialogo e a exposição das contribuições de cada profeta, de cada religião, e assim, somente depois, tomarmos partido, ou fé.

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